Preciso redescobrir o sentido das coisas, redefinir tudo que um dia foi rabiscado e organizar um amontoado de palavras e frases mal colocadas.
Preciso sentir de novo o gelado da chuva, o cheiro do ar e o doce na boca.
Apagar o que estiver errado, jogar as “colas” fora e enfrentar o caminho, é necessário tirar os curativos e encarar as cicatrizes, marcas que estarão aqui, sem dor, mas presente; onipotentes
Preciso terminar de acender as luzes e recolher a sujeira do canto
Preciso deixar o sol bater na janela aberta, preciso seguir. Trocar o calçado e renovar as vestes.
Redigir o presente, devolver o que é emprestado e recolocar o futuro na estante.
Preciso sentir, preciso ouvir e não preciso falar.
(A.C. Oliveira )